domingo, 15 de janeiro de 2012

Primeiros dias...

Oi, pessoal! Tudo bem?

Eu estou ótima! Escrevi bastante nesses dias, mas não tive como postar antes, então estou envado tudo de uma tacada só! Esse texto não foi revisado e não o será tão cedo, por motivos óbvios... Espero não ter escrito muito mal! Digo isso porque aqui tenho acordado todos os dias`muito cedo e a diferença de horário faz com que eu madrugue super! Bom, quem me conhece bem sabe que isso é um problema para mim... Como não rendo muito quando não durmo o suficiente certamente devo ter feito uns erros ou escrito coisas estranhas. Estou falando mais inglês ultimamente e isso me dá dor de cabeça e gera uma certa confusão nas minhas ideias  já confusas de nascença. Escrevi no Word e ele me fez o favor de alterar umas coisinhas...

Sabe, estou sentindo falta de umas pessoas, mas do que mais estou sentindo falta é de FEIJÃO! Feijão, eu te amo! Daria uma unha para comer o feijão da minha mãe agora... Beijão para todos! Eu sempre amo vocês!

07/01/2012

Desembarquei! Estou na África do Sul!!!
O vôo foi tranqüilo, a escolha pela madrugada foi uma ótima opção porque foi possível dormir. O avião era confortável na medida do possível e tinha comida, então estava tudo bem. Não tive nem um pouco de receio (eu estava muito ansiosa antes de viajar). Com tanto tempo de vôo, você até se esquece de que está num avião em pleno ar... Neste momento, estou no aeroporto de Johanesburgo esperando para fazer conexão para Cape Town. Estou procurando não conversar com os diversos brasileiros que já encontrei pelo caminho.

Em geral, as pessoas viajam em grupo e há, obviamente, um lado bom nisso que se sentir mais seguro. Viajando sozinho você fica, pelo menos no meu caso, aparentemente mais perdido do que o normal e você sabe que se acontecer qualquer coisa, se der qualquer bosta, você está sozinho!!! Por outro lado, viajar sozinha dá mais autonomia e você pode escolhar falar só em inglês ou ficar calada o tempo todo pensando em uns poemas ainda por escrever ou na sua vida.

Olha, já gastei meu inglês por aqui! Hahahaha. Comecei conversando com a faxineira no banheiro (ah! e com a aeromoça também!) e claro que nessas conversas valeu tudo: mímica, verbo o infinitivo quando deveria se usar verbo conjugado etc. Acabei de “conversar” com a faxineira do banheiro, perguntei as horas para saber que horas eram mas também para puxar papo. E adivinha: não entendi! Hahahaha. O que ela falou não entendi, mas continuei tentando a comunicação e ela, uma senhora simpática e sorridente, teve toda a paciência para me explicar as horas, fazendo os números no ar. Depois disso o papo rolou solto (vai pensando... rsrsrs) e perguntei o nome dela, que era SEBOLA!!! Hahahaha. Queria dizer que em portugês cebla é assim assim assado, entretanto ela não entendeu nada! Depois que saí do banheiro lembrei-me de quera onion, paciência...








Hoje é segunda-feira. Na sexta, no aeroporto de Cape Town, para minha surpresa, só havia brasileiros esperando o transfer para diversas escolas de idiomas daqui. Isso foi um pouco estranho, afinal eu vim para aprender inglês e encontrar pessoas do mundo inteiro e não queria ouvir pessoas falando português, simplesmente porque é inevitável: você acaba falando seu idioma o tempo inteiro e o intercâmbio vai por água abaixo... As pessoas estavam animadas e conversando bastante, pois a maioria delas veio para a África para fazer turismo de aventura ou safáris etc e tal. Quando cheguei na escola, conheci minha acomodação, que era bem diferente daquilo que eu esperava, porque minha agência havia dito que haveria uma pessoa de cada nacionalidade no quarto, porém, só havia brasileiras! Foi um choque! Minha reserva era ainda para um quarto com quatro camas e o que encontrei foram três beliches...

Até agora não me recuperei desse baque! Os brasileiros não param de chegar e são, salvo as devidas exceções, pessoas que vieram PRINCIPALMENTE para passar as férias e já sabem inglês ou não estão muito preocupadas (pelo menos não quanto eue uma minoria) em aprender o idioma...

Voltando um pouco para os acontecimentos de sexta-feira, conheci as meninas do quarto e uma delas, a Anabela, foi comigo ao supermarket aqui perto para eu comprar qualquer besteirinha para comer. Na verdade, não estava com tanta fome, estava mais era com sono...  Ainda tentei ligar para casa antes de dormir, mas o cartão que comprei na Avenida Paulista não funciona aqui... R$ 50,00 no lixo! Então fui dormir e no outro dia às 14h , estava mesmo morta depois de tantas horas de voo. 

Acordei sozinha no quarto e não tinha idéia do que iria fazer... Pensei que sair para comer fosse uma boa ideia, então, tomei um banho e fui dar uma volta na rua aqui da escola. Há diversos lugares onde se pode comer, a escola é bem localizada, disso não posso reclamar! Escolhi um restaurante italiano (por que será? rs), o Bella Italia, fui atendida em inglês e deu tudo certo! rs. Comi um maravilhoso ravióli de espinafre com ricota, depois disso resolvi dar uma volta na praia que fica a dois quarteirões de onde eu estava, ou seja, da rua da LAL (a escola).

O visual da praia é muito diferente daquelas que já vi no Brasil. Há muitas pedras e a faixa de areia e irregular e bem curta. As águas  são geladíssimas e só mesmo os muitíssimos corajosos conseguem entrar, geralmente moradores locais. Eu estava curtindo o visual da praia e então passou uma moça e eu lancei logo (gastando todo o um inglês): “Can you take a picture of me?” e ela disse que sim, tirou a foto e eu agradeci, ela saiu dizendo “Pleasure”. Bom, fui andando na mesma direção que eu ia antes e que agora ela ia também. Estava contente que tinha dado conta de pedir para alguém me tirar uma foto. Ai que difícil aprender outro idioma... But I´m trying”. A moça parou na água para molhar o pé. Parei ao seu lado e Oh! My God! Começamos a conversar! O nome dela é Sapina, é alemã e vive há 11 anos aqui em Cape Town, faz doutorado e pesquisa câncer de pele. Ela estava passeando por ali e em seguida estava pensando em ir a Water Front e me convidou. Eu, como estava apenas caminhando perto de casa, não tinha bolsa, dinheiro, essas coisas para fazer o passeio e então ela foi comigo até a escola. Eu peguei minhas coisas e fomos. A Sapina estava de carro e detalhe: aqui o motorista fica do lado direito, bem no estilo inglês!

Chegamos a Water Front e o visual era maravilhoso, uma beleza natural tão linda! No Brasil já tive oportunidade de estar em lugares belíssimos, mas aqui a beleza é tão diferente da nossa! Vou postar fotos para que vejam com seus próprios olhos.

De lá é possível ver a Table Montain, uma montanha que parece, como o nome diz, uma mesa gigante. Seu topo é reto como uma mesa é reta (ainda vou lá!), consigo vê-la aqui da escola também, mas a visão de lá é um pouco mais próxima. É bonito! Já Water Front, onde eu estava com a Sapina, é uma espécie de “estacionamento” de barcos muito bontos misturado com um shopping e barzinhos a céu aberto. Quando você chega, tem a impressão de que está fazendo um filme e de que sua personagem é muito rica. É um lugar que tem um visual, uma arquitetura muito elegante. Ficamos por ali conversando (eu estava conseguindo aos trancos e barracos, mas estava) e a Sapina me falava sobre sua pesquisa, sobre seu atual trabalho, de como funciona a faculdade aqui (não tem faculdade pública) e também sobre o Aparthaid que ainda existe na cabeça das pessoas, apesar de não existir pela lei daqui. Em tese, todos são iguais, mas você nunca vê brancos misturados com negros em nenhum lugar; inclusive por isso, a cor da pele deles é muito clara ou muito escura, eles não se misturam. Nos estabelecimentos comerciais há brancos e negros trabalhando juntos, mas em geral os negros são apenas funcionários, dificilmente chefes. Aqui há uma quantidade considerável de indianos também. A maioria dos taxistas veio da Índia. Eles, em geral, são sedutores: um deles me deu o número de telefone na volta de Water Front e disse que queria ser meu amigo e não é um caso isolado: toda hora chega alguma menina contando algo parecido.

Tomamos um chopp gigante debaixo (ou dentro?) daquela paisagem maravilhosa, depois nos despedimos e a Sapina deixou seu contato para fazermos algo no final de semana.Fiquei muito contente porque talvez eu conheça amigas e amigos dela e possa praticar mais o inglês.

Texto 2

Hoje é quinta-feira, dia 12/01/12. Na segunda de manhã fiz o teste de inglês na escola, o resultado só saiu no final da manhã, eu fiquei no Elementary e não me surpreendi, pois faz realmente muito tempo que não estudo inglês. No entanto, a surpresa veio na terça, primeiro dia de aula, quando percebi que eu sabia tudo que a professora estava explicando. Ela também percebeu isso e me pediu para, no final da aula, ir à secretaria e marcar um teste para mudança de nível. Fiz isso e a moça da secretaria nem me passou a prova, simplesmente me mudou, conforme sugestão da professora para o pré-intermediário. Na quarta começaria então com minha nova turma.

Neste dia, terça-feira, voltei em Water Front com a Raissa e a Raphaela, duas colegas aqui do quarto, respectivamente uma mineira e uma carioca, pois queríamos fazer um passeio para a Robben Island, a ilha onde o Mandela ficou preso por vários anos e onde foi feito um museu em sua memória. O ingresso é vendido lá no Water Front e o barco que nos leva até a ilha sai de lá também. Foi um dia muito divertido! Compramos os ingressos para ir na quarta à tarde e ficamos o restante da terça por lá, entre chopps gigantes e muita conversa (infelizmente em português). À noite fomos à Dizzys, uma boate super recomendada por todos. Bom, o lugar era bonito e estava rolando um videokê; em tese, eu teria me divertido bastante, entetanto não foi o que aconteceu porque o lugar era muito de filme (de novo!):  as pessoas eram perfeitas demais! Imaginem o estereótipo de cara bonito da nossa sociedade... lá tinha tantos deles que tive vertigem. Junto a eles, no mesmo pacote, um monte de barbies. Novas vertigens. Detalhe: esses caras lindos (a maioria deles) vêm logo pegando na sua bunda, ok? Bom, metade das meninas aqui do quarto saiu de lá (como elas disseram) casadas e eu e uma outra  parte das minas ficamos mais num cantinho, sentadas, sem querer papo com ninguém. Algumas vezes agitamos dependendo a música que tocava... O fato é que não voltaria lá nem a pau!

Outro dia

Na quarta de manhã não consegui ir para a aula, estava com muita dor de cabeça. Aliás, durante três dias seguidos fiquei assim. Imagino que seja por causa do fuso horário, são 4 horas de diferença. Então, quando no Brasil é 4 horas da manhã, aqui é 8h, hora de levantar para ir à aula... 

À tarde, we went to Robben Island and I loved it! Apesar de ter entendido só uns 45% do que o guia falou, eu adorei o passeio e cheguei a me emocionar ao visitar a prisão onde o Mandela ficou preso. É uma prisão até grande e bem organizada, há várias alas e todos que ficaram lá era presos políticos. Algumas celas era maiores, em algumas alas, pois abrigavam uma quantidade razoável de presos. O Mandela ficou na ala B, numa cela absurdamente pequena e os seus “pertences” estão lá até hoje. Vou postar fotos que tirei lá.


Na volta, passamos por uma lojinha, ainda na Robben Island, mas não consegui comprar nada... As coisas estão muito caras!!! Estou espantada, pois todos diziam que aqui tudo era barato! Acho que foram ricos que me deram esse toque... Ou pessoas que não ficaram em Cape Town!

Passamos ainda numa livraria depois de desembarcamos em Water Front e antes de voltar para casa. Lá procurei (em inglês e numa boa!!!) um autor de literatura aqui da África do Sul. Achei o escritor J. M. Coetzee (winner of the Nobel prize for literature 2003 and winner of the 1999 booker prize) e comprei Disgrace por 125 rands. Caro também!!! Mas gostei da capa! Há um cachorro parecendo a Baleia, num cenário de chão seco, com uma bomba ali do lado… Porém, acho que não vou lê-lo por esses dias. Estou lendo The Picture of Dorian Gray, de Oscar Wilde, e entendendo 50% do que leio. O que entendo é bacana, estou gostando!


Hoje, quinta-feira, foi a minha primeira aula na nova turma e para variar só em brasileiro! A aula é mais puxada, o professor é mais rápido; entretanto, estou começando a ouvir melhor em inglês, para se ter uma idéia, entendi praticamente tudo o que ele disse na aula. Estamos estudando tempos verbais e ele faz uma linha do tempo, assim como eu faço nas minhas aulas e gostei bastante. Tenho tentado participar bastante das aulas e tirar todas as dúvidas; além disso, estou fazendo amizade com os  professores para poder conversar em inglês durante o intervalo e depois das aulas também. O sotaque deles é muitíssimo carregado, às vezes estão dizendo uma palavra que você conhece mas que demora algum tempo para você se tocar. Por exemplo: é impossível diferenciar walk de work, a pronúncia é a mesma: uák! Rs.
Fui no Pick and Pay, um mercadinho aqui perto, para ver o que tinha para almoçar. Consegui comida pronta, que eles colocam numa marmitinha na hora e você leva para casa. Peguei macarrão, salada, verduras, batata cozida; quando cheguei aqui em casa fui comer na cozinha junto com o pessoal e estava simplesmente horrível! O macarrão estava extremamente apimentado! Hahahaha. Nunca comi macarrão com tanta pimnta! Vi um negocinho vermelho e pensei que fosse um tomate seco e... era uma pimenta de novo!!! Oh my God! Hahahaha. Comi só metade do pouco que comprei e guardei o restante, quem sabe mais tarde...

Fiquei nesta tarde apenas lendo e escrevendo. Nos outros dias não tive muito tempo para escrever e postar no blog, porque a internet aqui só pega lá embaixo, ao redor da piscina, e não gosto muito daquele espaço. Está sempre lotado e cheio de pessoas falando português...Pretendo continuar lendo hoje durante toda a tarde e à noite farei minha homework. As meninas estão querendo sair hoje de novo, mas acho que não vou... Não sei se são as opções daqui ou se ainda não achei as companhias certas, mas é fato que, para mim, sair aqui à noite não me apetee nem um pouco... No máximo, saio nesta mesma rua da minha casa somente para comer algo e quem sabe encontrar alguém com quem eu possa falar inglês.









                          A cela em que Mandela viveu enquanto estava preso na Robben Island




O guia - ele esteve preso na ilha durante alguns anos


As pessoas caminhando em direção à prisão na Robben Island


A visão da varanda do meu quarto


                                      Em Water Front, tocando com os músicos locais

3 comentários:

  1. I'm loving your diary! Parece ser lindo! Cada coisa que vemos em outro pais e peculiarmente diferente! Aproveite ao maxximooo!

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  2. Congratulations on the blog... I'm dying laughing...Hahaha
    "Minha reserva era ainda para um quarto com quatro camas e o que encontrei foram três beliches... " (laughter)
    This place that is hosted is beautiful!
    See everything this is fantastic. I have will to go to place like this. I stay imagining... I need of how much to do the same?
    Anything I'm on Facebook.
    See you soon... Good luck. ;)

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  3. Macarrão apimentado? Eu ia adorar! hehe! Anyway, great diary! Adorei as fotos! Keep up the good work! Kisses!

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